terça-feira, 7 de abril de 2015

Homens para um lado, mulheres para outro? Pois deixem-me mandar...

Bem sei que estamos numa espécie de boom do feminismo, o que eu apoio e aplaudo, desde que não caia no exagero.
E apesar de algum exagero, que ainda hoje vi na Pipoca a propósito de uma etiqueta, há coisas bem próximas de mim que me causam uma espécie de urticária. 
Bem sei que a minha mãe, as minhas tias, etc., foram educadas dessa forma, e que não querem ou não conseguem mudar, por isso é que também sei, que quero ser diferente em relação aos homens, à posição que lhes atribuem, ao "estatuto" que parecem ter.
Por exemplo, num jantar de família, os homens são os primeiros a "terem" de ir para a mesa, onde lhes colocam as travessas que acham que estão melhores, as mulheres podem até não ter lugar, comem de pé, ou na cozinha, desde que os homens estejam sentados, está tudo bem. Se eles querem um garfo, um guardanapo, ou um copo, são elas que vão buscar, mesmo que já estejam sentadas, mesmo que eles até estejam mais próximos da cozinha.
Quando falam dos filhos dizem "oh ele não sabe fazer isso, coitado". Já nós, filhas, sobrinhas, primas, temos de aprender, se não sabemos, o que é que ouvimos?! "Desenrasca-te". Eles não têm de arrumar a cozinha, eles almoçam ou jantam e vão ao café, ou para o sofá, ou fazem o que bem entendem. Eles não sabem cozinhar, e nem têm de aprender. Eles nada sabem fazer em casa, dão a desculpa do "eu não sei, nunca ninguém me ensinou". Tretas!!! Não sabem e não fazem porque não querem. 
Depois vêm os "não estou preparado para casar, para tomar conta de uma casa, para ter de fazer alguma coisa". Pois não estão! Na cabeça deles não estão, então não é do melhor estar em casa da mãe, que lhes faz a comida, o saco, lhes lava a roupa e eles não têm de mexer uma palha?!
Ainda há tantas mentalidades a mudar, algumas bem sei que será impossível, mas acho, cada vez mais, que essa tarefa nos cabe a nós. 
Mulheres desta geração que terão de educar os filhos de uma forma diferente daquela que viram os irmãos, os primos ou os tios serem educados. Terão até de "educar" os maridos. Para que eles saibam que se o homem trabalhou o dia todo e está cansado, a mulher também está. Para que saibam que se a mulher sai de casa e deixa o quarto arrumado, eles também têm de o fazer, é igual. Pararem de ver a mulher como a dona de casa, que tem de lavar, limpar, arrumar, cozinhar e ainda estar linda e maravilhosa. Para que percebam que tanto o pai como a mãe têm de mudar a fralda ao bebé, que não é tarefa especifica de um ou de outro, é dos dois. E quando o fazem, não nos estão a fazer um favor.
Talvez nunca case, porque também tenho um moss que está habituado a que lhe façam tudo, e gosta demasiado disso. Talvez seja uma luta em vão, pelo menos perante os mais velhos que me rodeiam, alguns até riem quando discuto pelo facto de eu ter de meter a loiça na máquina depois das refeições, e o meu irmão ter de ir para o sofá. Mas não quero saber. Pode ser que pelo menos os meus filhos, quando os tiver, consiga educar da forma que eu quero. Talvez consiga mudar algumas mentalidades. Não sei, sei que não me calo, e não nos podemos calar! Burra de carga?! Não, obrigada!

Sem comentários:

Enviar um comentário