sexta-feira, 27 de março de 2015

Estou à espera da minha tempestade...

Detesto este estado de dormência, de alma entorpecida.
Sou tão mais de tempestades, de furacões, de vendavais. Sou tão mais de gritar, berrar, dizer o que quero e o que não quero.
É tão isto, sou tão isto:
"Tenho uma certa necessidade de tempestades: as nossas. são pura catarse. liberta-se a energia má, a tensão acumulada. grita-se, berra-se, chama-se idiota, dramático, bruta.. diz-se foda-se, bem lá do fundo da garganta. e foda-se, que bem sabe poder andar aos pulos descalço pela casa, ouvir musica aos berros, dançar sem ritmo, dar uns murros nas almofadas, e cantar alto, bem alto, como se fosse uma bateria enfurecida. grita-se, mais para dentro do que para fora. estremece-se, não o chão, mas o corpo quando chora, quando se aperta em dor, quando se abraça, sozinho, em sufoco, no fim da discussão. e depois? depois, a tempestade vai. a energia acaba, as lágrimas secam, como a chuva que acabou. e a tempestade vai embora, lentamente, leva as nuvens pesadas atrás e deixa de novo o que sempre lá esteve: o céu limpo, e a nossa eterna lua. porque é igual no amor: as únicas coisas que temos por certas, não são as que passam por momentos, mas as que se sabem que estão lá sempre. imponentes." daqui
E estas fases em que nem nos reconhecemos, em que levamos um baque, em que somos surpreendidas com o totalmente inesperado, em que apesar de sermos confiantes, e do "eu" não estar em causa, o resto, que até tem por uma das funções segurar-nos e levar-nos em frente é inseguro. Coisas garantidas não existem, nem gosto delas, abomino quem me dá por garantida, logo eu que tenho tendência para a bipolaridade. Mas coisas certas, fortes e bonitas são boas, quando são.
Prefiro viver em constante estado de agitação, de ansiedade, de pensar sempre à frente, do que estar entorpecida, sem ideias, sem planos, sem saber bem o significado das coisas. 
Embora não goste da ansiedade que sempre me acompanhou, é com ela que estou habituada a viver.
Sei que o tempo é o nosso maior aliado, sei, tenho a certeza de que o tempo é o nosso melhor amigo, mas nós não temos sempre tempo. Nós não temos sempre pachorra.
Também sei que para sair desta dormência, tenho de pensar em mim, apenas e só em mim. Mas é difícil, sou tão mais de pensar nos outros. Sou tão mais de cuidar, de amar, do que de permitir que cuidem e que amem. Sei que não quero partilhar, apenas partilho pensamentos soltos, sei que não quero falar, não quero conselhos, opiniões, ou julgamentos. Também sei que amanhã é outro dia, mas nós não temos sempre tempo!

Sem comentários:

Enviar um comentário