quinta-feira, 12 de março de 2015

Do poder da educação...

A nossa base é e será sempre a mesma, a educação que tivemos, a forma como somos educados. Não são raras as vezes que ouço alguém dizer "x e y são irmãs, foram educadas da mesma forma e são tão diferentes", pois lá está, depois a educação conjuga-se com a personalidade, com os gostos, as vontades, os quereres de cada um.
Numa das entrevistas da revista Cristina, a Procuradora da República diz algo como "eu lembro-me de determinadas histórias que os meus pais contavam e a minha irmã não". 
A propósito de um "desabafo" que li aqui, também eu pensei nessas bases, na forma como me educaram. 
Educaram-me de forma a não ser muito carinhosa, não tenho por hábito o toque, os beijinhos, os abraços. Algo que eu quero ter com os meus filhos, algo que eu tento mudar, contrariar, porque não fui de todo habituada a dar beijinhos e abraços aos meus pais. Sei que com o meu pai tenho mais cumplicidade, sou menina do papá, é sempre a aprovação dele que procuro, e não são raras as vezes que lhe dou um safanão carinhoso, talvez seja a minha forma de lhe dar um abraço.
Também me educaram de forma a não mostrar muito os meus sentimentos, o que estou a sentir, porque eles foram habituados assim, fazem o mesmo. Algo que, mais uma vez, também quero contrariar, porque quero que os meus filhos partilhem aquilo que estão a sentir e saibam que o podem fazer.
Depois disso há aquela característica que fui buscar ao meu pai, de parecer estar sempre bem. Fui educada a desenrascar-me, a ser forte, a levar muitas coisas aos ombros, para a frente é o caminho. Sempre consegui é certo, mal ou bem, consegui. Mas há uns pesos maiores que outros, há fases mais duras, há problemas mais graves, mas fui educada a enfrentar os problemas de frente, a ter força por mim e pelos outros. 
Tudo isto se retrata por exemplo num facto, a maior parte dos meus amigos não me pergunta "como estás". Se isso me afecta?! Tem dias, quando estou naquela fase de "carregar o mundo", mas nos restantes, não me afecta de todo. 
Acho que sou daquelas pessoas que os outros sabem que podem contar. Se isso é bom, ou mau, nunca saberei, sei que é esta a minha natureza. 

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