quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Coisas que ficam por dizer...

Tinhas de ter ido hoje, logo hoje em que li notícias de Angola sobre o Ébola, logo hoje que li que Angola passou a ser considerado País de risco "moderado a alto".
Detesto este dia, ou melhor, já desde ontem à tarde que sinto aquele aperto no peito, o coração pequenino e às vezes parece que dói. Ontem voltei a lembrar da frase que a avó dizia, "a terra é para os homens", mesmo que depois fosse chorar sem tu veres, queria ser tão forte quanto ela.
Bem sei que não és obrigado, podias ficar, mas não ficas. Bem sei que em parte sou eu a culpada de teres de ir. Não somos milionários, nem ricos. Bem sei que tens 62 anos e que aqui não tens trabalho. Bem sei que a nossa vida, ou a nossa qualidade de vida alterou e em tudo se deve a ti. Mas se já me disseram e eu acreditei que me iria habituar, o certo é que não consigo, não me habituo e custa sempre mais.
Depois vem o medo, a falta, o pensar nos momentos que perdemos, será que isto vale a pena?! Não nos devolverão os anos. Mas as pessoas têm de trabalhar, dizes-me. Tenho pena, tanta pena que tenha de ser assim, podias poder ficar aqui, podias estar todos os dias comigo, como estão os meus tios com os filhos, como estão os pais das minhas amigas, como estão quase todos os pais que conheço.
Mas sim, eu sei que não somos caso único, mas somos o único que eu sinto. Talvez seja mimada, talvez esteja mal habituada, talvez não saiba o que é a vida, mas sei que sou e serei sempre a menina do papá e queria que ficasses.
Penso e sinto tudo isto, não te digo porque sei que ficarias mais triste, embora nunca me transmitas essa tristeza.
3 meses passam rápido, temos de acreditar.
Até já, Pops.

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