quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Refugiados, a fotografia que mudou mentalidades?!



A foto é esta e é avassaladora, é violenta, acho que todas as palavras são poucas para a conseguirem descrever.
Em 2010 frequentei um Seminário "Direito de Asilo e Refugiados", leccionado pela Drª Mónica Farinha, Coordenadora Jurídica do Conselho Português para os Refugiados, e devo dizer que foi a primeira vez que tomei consciência da vida destas pessoas, pessoas como nós, que têm de fugir do local onde nasceram, porque se não o fizerem morrem. Porque é mesmo isso que lhes acontece, se não conseguirem sair do País onde nasceram não vivem mais, acaba ali.
Sei que na altura, o meu trabalho incidiu sobre a "Mutilação Genital Feminina e o Direito de Asilo". Porque muitas meninas que não tiveram a mesma sorte que eu, nasceram em países com práticas horrendas, como esta. 
E nós, Portugueses, que vivemos neste País à beira mar plantado, já recusamos pelo menos dois pedidos de asilo a uma cidadã Queniana que fugiu devido a esta prática. A Susan, que em Junho de 2003 chegou a Portugal, com 38 anos e 70,00€ no bolso, deixou para trás um filho, os pais, e o País onde sempre viveu. As opções que tinha eram: permanecer no Quénia e ser sujeita à MGF ou fugir do país de origem e manter intocados os seus órgãos genitais. Susan escolheu a fuga! A história está aqui desde 2003!
Agora espero que esta foto seja a viragem, seja o abalo de consciência que todos nós precisamos.
Agora conhecemos a história de Aylan Kurdi, que segundo os media Turcos, tinha 3 anos, e devia estar a brincar, como estão as nossas crianças. Devia estar a ser mimado e acarinhado. O Aylan e a sua família, dizem os Turcos, só queria fugir do local onde vivia, um lugar dominado pelos Jihadistas, e para isso tentaram chegar ao Canadá e o que aconteceu?! Pois, isso mesmo, a maldita burocracia. O facto de terem de ser considerados refugiados perante a ONU, tretas, tretas e mais tretas.
E nós deste lado pensamos "o drama dos Refugiados na Europa"? Então onde vivemos nós?! Não somos nós Europeus?!
Estas e Estas notícias ainda  nos trazem esperança.
Eu sei que não posso ficar quieta, eu sei que temos todos de fazer alguma coisa e para já, tal como fez A Pipoca, podemos contribuir aqui:

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