sexta-feira, 1 de março de 2013


“Às vezes parece que foi ontem.
Formando-se no liceu, dizendo adeus.

Aquela sensação que você tem aos 17 ou 18 anos, que ninguém no mundo esteve tão próximo…
Amou tão ferozmente…
Riu com tanta vontade…
Ou importou-se tanto assim.
Às vezes parece que foi ontem.
E às vezes… parecem as lembranças de outra pessoa.”

Hoje é um daqueles dias em que parece que foi ontem, que o liceu terminou ontem, que os bons momentos pelos quais passei nessa altura foram ontem.
Como eu gostei dessa fase, como eu gostei dos meus 14, dos meus 15, dos meus 16, dos meus 17 anos, como eu vivi nessa idade, mas ainda mais importante, como eu senti.
Não, não queria voltar a ter essa idade, estou bem onde estou e sinto-me bem com isso, mas há dias assim, dias em que a nostalgia aparece, dias em que parece que foi ontem. Hoje recordei uma frase do K., recordei de um dia em que tinha uma visita de estudo, logo, um  dia em que  vestiamos roupa nova, nos sentíamos mais giras, lembrei do que ele disse às amigas quando me viu "ela hoje está ainda mais gira", é óbvio que todos nós gostamos de ser elogiados, mas não foi da frase em si que senti "saudades", foi do que senti nesse dia, foi do que sentia, da forma como sentia nessa idade, em que nada mais importava, não tinhamos problemas de maior, tudo era mais simples, tudo era mais emoção, tudo estava mais à flor da pele.
Bem sei que todos nós naquelas idades somos assim, bem sei que tudo parece mais do que é na verdade, com qualquer coisa rimos e com qualquer coisa chorámos, parece que o mundo vai acabar, mas confesso que sinto que o meu liceu foi diferente, que foi mais feliz do que o da maioria das pessoas.
Acho que todos nós temos uma fase mais feliz, uns têm a faculdade por exemplo, eu tenho o liceu.
Nessa fase fiz amigos que ainda hoje preservo e que são os meus melhores amigos, aqueles com quem conto sempre, é verdade que muitas vezes exagerei no que fazia, é verdade que cometemos algumas "loucuras", mas também é verdade que fui feliz, tinhamos o nosso grupo, tinhamos o nosso mundo e tinhamos uma sensação de liberdade absurda.
Ri muito, chorei muito, brinquei muito e vivi muito. Não queria voltar atrás porque sei que fiz tudo o que tinha e podia fazer, mas queria e quero voltar a sentir o que senti em muitos momentos, em muitos risos, em muitas noites em parques de estacionamento, em salas da associação, em galinheiros ... viver!
Porque às vezes parecem que são lembranças de outra pessoa!

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