quinta-feira, 7 de março de 2013

9 anos

Ontem, dia 6 de Março, fez 9 anos desde a morte do meu avô.
9 anos e parece que foi ontem, parece que foi ontem que me disseram "ah vamos descansar, porque o avô já está bem e 2ª feira volta para casa", parece que foi ontem que me disseram "acorda Rita, é o avô, ligaram do hospital, ele morreu", parece que foi ontem que tive contacto com a verdadeira dor de perder alguém, com a dor da morte, (o meu avô materno faleceu e ainda era uma criança, o meu irmão infelizmente perdeu um pai, mas eu confesso que as recordações que tenho dele não são muitas e lamento, porque todos dizem que era muito melhor pessoa do que a minha avó), parece que foi ontem que vi a minha prima C. aos berros a dizer que perdeu o avô.
O meu avô era homem de poucas falas, mas quando falava era acertado, parecia duro, rígido, mas no fundo derretia-se. Lembro-me que depois da morte dele estivemos a arrumar umas gavetas e ele tinha guardado umas folhinhas que eu e as minhas primas tinhamos escrito em criança a desejar-lhe os parabéns, fiquei espantada, porque já nem recordava de algum dia ter escrito aquilo.
Mas parece que foi ontem que a minha avó perdeu o companheiro de uma vida (e mais tarde foi ter com ele, porque como dizia o meu primo J., a avó morreu mas está feliz, porque vai estar com o avô), que o meu pai perdeu um pai e um companheiro, parece que foi ontem que o mundo perdeu uma pessoa boa, uma pessoa que ouvia mais e falava menos, uma pessoa que tinha valores, princípios, carácter, como já não se fazem.
Parece que foi ontem, mas no meu coração podem passar 9, 18, 27 anos que parecerá sempre que foi ontem e será sempre doloroso.
Um beijinho avô, estejas onde estiveres.

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