terça-feira, 26 de abril de 2016

Se eu fosse um génio da ciência...

Criava um comprimido que ajudasse a remendar os corações partidos, tal como o Ben-U-Ron é bom para as dores de cabeça.
Não sei se o facto de sermos mulheres, mais emotivas, com o coração a falar sempre mais alto do que a cabeça, agrava ainda mais a coisa, mas o certo é que todas sabemos que isto dói e dói para caraças.
Quem é que nunca teve um desgosto de amor?! Se conhecerem alguém mandem embalsamar, porque é uma espécie rara.
Dizem que há fases deste luto, a fase da negação, da raiva, da tristeza profunda, da aceitação. Uns dizem que é uma sequência, outros dizem que vão aparecendo todas misturadas, o certo é que elas surgem, com maior ou menor intensidade, as malditas aparecem.
Podemos levar mais ou menos tempo a ultrapassar, mas quase todos passam pela fase pior, que é a fossa.
Aquela fase em que temos de aprender a viver com quem vive bem sem nós. Leva tempo, leva lágrimas, apertos no peito, leva vontade de estar na cama, de não sair de casa, leva a paciência e a vontade de falar com as pessoas. Outras vezes queremos apenas sair, estar com pessoas, espairecer. Somos ainda mais bipolares do que nas fases boas.


Temos de esquecer sonhos, de esquecer lugares, cheiros, momentos e pessoas. Sem saber como fazer isso, porque nunca nos ensinaram. Os amigos ajudam, atenuam aquilo que sentimos, porque também já estiveram nesse lugar. A família está ao lado, como sempre, nem poderia ser de outra maneira. 
Temos momentos mais felizes, outros menos, mas a ferida, está lá, e por vezes parece que sentimos vontade de mexer ainda mais nela, só para ver se sangra mais um bocadinho. Somos dramáticas, dizem.
Mas temos de passar por isso, cada um da sua maneira, com mais ou menos lágrimas, com mais ou menos dor, temos de fazer o luto de uma pessoa que está viva, mas que simplesmente não quer estar connosco.

O problema é que eu não sou um génio da ciência e por isso não posso ajudar as pessoas que estão neste momento a passar por isto, que eu sei, é do caraças. 
Outra coisa que eu também sei é que devemos viver um dia de cada vez e que o tempo será sempre o nosso maior aliado.
Acreditar que o futuro reserva sempre algo melhor e que até lá temos de viver, mesmo com o coração partido, com mil sonhos desfeitos, porque somos mais do que isso. 


Somos esperança, sorrisos, força e acreditar sempre que o melhor está para vir! Até lá, chorem tudo, façam tudo aquilo que tiverem vontade e não aquilo que esperam de vocês, sem nunca esquecer, há um amor que está acima de tudo o resto, que é: o próprio!


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