terça-feira, 29 de março de 2016

Das fases...

Sou mulher, tenho fases, como quase todas nós temos. Umas conseguem controlar-se mais, outras nem tanto, eu pertenço ao segundo.
A sociedade impõe-nos que sejamos perfeitas. 
Temos de usar sempre roupa apropriada, temos de usar maquilhagem, temos de ter o verniz impecável e o cabelo sempre bonito.
Se somos mães os nossos filhos têm de ser educados, não se sujarem e terem boas notas. As mães têm de cuidar deles, sempre, além de cuidar do marido, que de vez em quando lá acha que o papel dele é só o de dar uma ajuda, e ter a casa sempre impecável.
Se temos 30 anos e somos solteiras, temos de arranjar alguém, temos de pensar em casar e ter filhos, porque estamos a ficar velhas.
Temos de ser as melhores no emprego, temos de saber o que vamos fazer para jantar e de preferência comida saudável. Temos de ter tempo para ir ao ginásio. Temos de beber pelo copo e nunca pela garrafa. Não podemos dizer palavrões, nem sentar de pernas abertas. Beber cerveja não fica bem, é melhor optarmos por um cocktail, mesmo que saiba a detergente da loiça. Temos de ser sempre simpáticas, bem humoradas e não devemos demonstrar que por vezes somos inseguras, porque os homens não gostam de mulheres inseguras.
Agora temos todas de correr, de ler muito e de viajar.
Temos de ler livros de auto ajuda e partilhar fotos inspiradoras.
Sabem o que vos digo, e perdoem-me desde já o meu francês: o caralhinho é que temos!
Sabem o que temos de fazer ou de ser? O que nos der na real gana. Beber minis pela garrafa, fumar se nos apetecer, o verniz pode estar lascado que ninguém tem nada com isso. Podemos ver o telejornal ou o canal E! que nós é que sabemos.
Podemos ler o livro da Margarida Rebelo Pinto ou a Biografia do Einstein, que nós é que os pagamos.
Também podemos ser egoístas, podemos de vez em quando pensar só em nós, já que passamos tanto tempo a pensar nos outros. Podemos colocar-nos sempre em primeiro lugar, algo que conseguiremos com o tempo.
Podemos deixar ir quem não quer ficar, mesmo que isso nos parta o coração, mas isso é amor próprio.
Podemos chorar, dizer os palavrões que nos apetecer e sentir insegurança, sabem porquê? Porque somos humanas!

1 comentário:

  1. Eu também pertenço ao segundo...
    E nada me sabe melhor que beber uma mini pela garrafa, dizer que não ando na onda de ler livros, partilhar fotografias tão sem retoques, não gostar de ir à cabeleireira e ser um zero à esquerda em maquilhagem.
    Fazer o que dá na real gana, o falar falam sempre...

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