Sou mulher, tenho fases, como quase todas nós temos. Umas conseguem controlar-se mais, outras nem tanto, eu pertenço ao segundo.
A sociedade impõe-nos que sejamos perfeitas.
Temos de usar sempre roupa apropriada, temos de usar maquilhagem, temos de ter o verniz impecável e o cabelo sempre bonito.
Se somos mães os nossos filhos têm de ser educados, não se sujarem e terem boas notas. As mães têm de cuidar deles, sempre, além de cuidar do marido, que de vez em quando lá acha que o papel dele é só o de dar uma ajuda, e ter a casa sempre impecável.
Se temos 30 anos e somos solteiras, temos de arranjar alguém, temos de pensar em casar e ter filhos, porque estamos a ficar velhas.
Temos de ser as melhores no emprego, temos de saber o que vamos fazer para jantar e de preferência comida saudável. Temos de ter tempo para ir ao ginásio. Temos de beber pelo copo e nunca pela garrafa. Não podemos dizer palavrões, nem sentar de pernas abertas. Beber cerveja não fica bem, é melhor optarmos por um cocktail, mesmo que saiba a detergente da loiça. Temos de ser sempre simpáticas, bem humoradas e não devemos demonstrar que por vezes somos inseguras, porque os homens não gostam de mulheres inseguras.
Agora temos todas de correr, de ler muito e de viajar.
Temos de ler livros de auto ajuda e partilhar fotos inspiradoras.
Sabem o que vos digo, e perdoem-me desde já o meu francês: o caralhinho é que temos!
Sabem o que temos de fazer ou de ser? O que nos der na real gana. Beber minis pela garrafa, fumar se nos apetecer, o verniz pode estar lascado que ninguém tem nada com isso. Podemos ver o telejornal ou o canal E! que nós é que sabemos.
Podemos ler o livro da Margarida Rebelo Pinto ou a Biografia do Einstein, que nós é que os pagamos.
Também podemos ser egoístas, podemos de vez em quando pensar só em nós, já que passamos tanto tempo a pensar nos outros. Podemos colocar-nos sempre em primeiro lugar, algo que conseguiremos com o tempo.
Podemos deixar ir quem não quer ficar, mesmo que isso nos parta o coração, mas isso é amor próprio.
Podemos chorar, dizer os palavrões que nos apetecer e sentir insegurança, sabem porquê? Porque somos humanas!
Eu também pertenço ao segundo...
ResponderEliminarE nada me sabe melhor que beber uma mini pela garrafa, dizer que não ando na onda de ler livros, partilhar fotografias tão sem retoques, não gostar de ir à cabeleireira e ser um zero à esquerda em maquilhagem.
Fazer o que dá na real gana, o falar falam sempre...