quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Guardar amor até não precisar mais...



Dizem que não há amor como o primeiro. Eu concordo. Não por ser mais amor, mas por ser diferente.
É um amor diferente porque normalmente temos uma idade em que ainda acreditamos que podemos morrer de amor. 
Eu acreditei. Durante muito tempo pensei que não poderia amar mais ninguém a não ser aquela pessoa. 
Fui feliz e infeliz com o meu primeiro amor, mas agora, olhando para trás, foi bom! Foi um amor que me sufocava, no sentido de não me deixar respirar, porque tinha 15 anos e nunca tinha sentido tal coisa. Quando senti, e uma vez que a pessoa em questão me irritava profundamente, só pensava "mas o que é isto que me está acontecer?".
Foi bom, foi duro, foi intenso e por mais que a vida continue, que tudo se altere, terei sempre um carinho especial por aquela pessoa, não lhe tenho amor, nem amizade, porque as circunstâncias da vida não permitem, mas sorrio quando por vezes me lembro dele, porque afinal de contas foi com ele que aprendi que afinal isto era mesmo bom. 
Ontem vi um casal de miúdos, mais ou menos da idade que eu tinha quando o conheci, e espero mesmo que eles aproveitem!  
Depois disso amei mais, mesmo pensando que não seria capaz.
Um erro pelo meio, até que cheguei e encontrei aquela pessoa para quem guardei o meu amor, sem saber que era para ele, por ele. O certo é que ele apareceu!
Dá-nos aquele click, não é preciso procurares mais, é isto!
E é isto, que está aqui descrito, neste texto descaradamente furtado daqui: 
"não é alguém igual a nós, isso é a nossa cópia. não, mais que isso, é alguém que sendo diferente, tem os pontos de encaixe perfeitos em nós. que tanta vez dão faísca, que arranham com as dificuldades da vida, que magoam com as merdas que fazemos torto, que quase partem com os timings errados. mas é a única peça em que sentimos o alívio estranho de que não há mais nada para ver, para procurar. aquela em que para estar em sossego, apenas precisamos do nosso canto, os dois, sozinhos. em que a conversa nunca acaba, o riso é sempre parvo e bonito, o amor é sempre lamechas e exagerado, em que o desejo é sempre louco e permanente, só superado pelo sossego do sono junto. são esses momentos, tão simples - basta eu e tu - que me dão sentido ao corpo: em que adormeço com a certeza rara que é ali, parte de ti, que sou maior. "

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