quinta-feira, 13 de julho de 2017

Maria Rapaz ou Maria Capaz?!

Cresci no meio de primos, maioritariamente homens. Com a influência de uma prima que me ensinou a ser Maria r(C)apaz.

Por Maria r(C)apaz diga-se criança livre, de pé descalço, com vontade de correr em frente e quem sabe alcançar o mundo.

Cresci com liberdade.
A liberdade do cimento, das corridas, do pé descalço, do banho na água gelada do tanque, dos joelhos esfolados e o cabelo sempre ao vento. 

Tentavam colocar-me vestidos, fitas no cabelo.

Eu gostava dos vestidos, dos folhos e das fitas, mas todos os dias rasgava os collants, todos os dias perdia um brinco ou chegava a casa suja de terra.

Não sei se terei filhas, mas gostava. 

Assim como gostava de conseguir transmitir a todas nós, que somos donas do nosso corpo e principalmente da nossa felicidade.

Que todas tenhamos garra e vontade de alcançar quem sabe o mundo, persistindo e insistindo nos nossos sonhos.
Como quando eu fazia papas com terra e imaginava que estava a comer o melhor banquete.

Gostava que todas sentíssemos a liberdade, a mesma que sentimos quando tiramos aquela sandália que nos apertou os pés o dia todo, ou desapertamos o soutien.

Umas gostando de folhos e vestidos, outras de pólos e calças largas.

Não interessa. Porque o mundo é feito de Marias Capazes.

Sem comentários:

Enviar um comentário