quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Somos todos carneiros? Não, não é uma ofensa!

Seremos todos carneiros?
Seguimos as tendências porque até fica bonito ou porque realmente gostamos?
A culpa serão as redes sociais? Ou a falta de criatividade/originalidade? Talvez até o comodismo de não termos de perder tempo a pensar, deixando que os outros o façam por nós.
Isto não é uma crítica, é apenas uma observação. A título de exemplo  ainda não parei para reflectir, ou relembrar, se de todas as vezes que coloquei um gosto no Facebook, o fiz porque realmente gostei ou apenas porque os outros também o fizeram.
Agora a malta anda toda virada para as corridas, o que eu acho muito bem, porque faz bem à saúde e temos de cuidar da máquina, mas fazem-no porque gostam realmente ou porque está na moda participarem em trails e colocarem as fotos no Facebook?!
Nada contra, cada um tem a sua liberdade, logo, pode fazer o que bem entender. A única coisa que queria realmente perceber é se já pararam para pensar se isso vos faz realmente feliz.
Outra coisa que está em alta são as sementes, as papas, as panquecas do buda, etc. Todos comem sementes, é vulgar vermos fotos de chia, linhaça, papas de aveia, sumos com couve, espinafres e cenoura. Eu também já o fiz, mas grande parte está lá em casa a ganhar bolor. Lá está, comprei porque aconselharam, faz bem, ficamos com a sensação de estômago cheio, dá energia e por aí em diante. Sei que se a minha avó fosse viva ficaria realmente surpreendida por comermos aquilo que antigamente dávamos aos pássaros. Onde está o velhinho pão com queijo e marmelada?!
Eu sei, evoluímos, mas isso quer dizer que tenho de comer aquilo que não gosto, só porque está na moda e até é giro colocar fotos no Instagram?!
Além disso, teremos todos de ir aos Passadiços do Paiva e ao Porto ver a árvore de Natal?! Vão porque gostam, porque é algo que vos faz feliz ou porque é giro colocar a foto no Facebook?!
Outra coisa que me arrelia é o facto de termos de ser sempre simpáticos com a sra da padaria ou a menina da fruta, se até nem estamos nos nossos dias. Teremos mesmo de fazer aquela conversa tão útil do "será que hoje vai chover?". Se não nos apetece falar com ninguém, fazemos isso porquê? Vivemos em sociedade, respondem alguns, temos de saber viver. Mas não podemos apenas ser honestos?!
E porque é que temos de estar com a Érica, a Sofia ou a Renata, quando sabemos que elas são umas chatas do pior e nem sequer são nossas amigas? Teremos de passar tempo com elas, para quê? Para chegar em casa e descontar no namorado, no marido ou nos filhos?
Além disso também está na moda criticar tudo o que os outros fazem, se colocam uma foto de perfil com a bandeira de França, se partilham um vídeo a agradecer à amizade ou a relembrar os momentos do ano que está a terminar.
Poderá até parecer que eu estou a fazer o mesmo, a criticar os que fazem e os que criticam. Mas não estou, aliás, já fiz muitas das coisas supra referidas, não sei se continuarei a fazer, mas espero sinceramente que não.
A única coisa que eu gostava é que não fôssemos carneiros, robots, ou vítimas de uma sociedade sistematizada que nos leva a adoptar comportamentos que não são aqueles que, bem lá no fundo, nós queremos.
Já pensaram se realmente gostam daquilo que estão a fazer neste momento?! Já pensaram se querem mesmo ir àquele jantar de Natal da empresa?!
Eu não pensava muito nisso, mas desde ontem que talvez o comece a fazer mais, depois das conversas sérias com a Marta Gautier, em que me tentou ajudar a perceber aquilo que eu gosto ou me faz bem, em que me tentou ensinar a viver o agora, o preciso momento em que escrevo este post no meu blog, em que sinto os dedos no teclado e penso apenas nisto. 
É uma tarefa difícil e não sei se algum dia chegarei lá, até porque estamos habituados a pensar no passado que nos traz saudade ou no futuro que nos causa ansiedade. Mas o presente, o agora, fica um bocadinho posto de parte, porque já estamos a pensar que saímos às 18h30 e ainda temos de ir correr, ou às compras para o jantar, ou onde nos der na real gana.







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