A propósito de uma publicação linda da Ursa, que podem ler aqui dei por mim a pensar na minha segunda cidade, ou então num dos meus sítios, sem "razões nem raízes", tal como refere a Ursa.
Falo de Portimão e da sua Praia da Rocha. Durante anos sentia um não sei explicar de emoção e de cheiros assim que lá chegava, hoje continuo a sentir esse cheiro, mas acho que já consigo identificar.
Portimão cheira a infância, a memórias. A Miramar, Júpiter ou Mar Azul. Portimão cheira a sardinhas na Ponte, com feiras do livro e passeios com o Pai.
Portimão cheira a primos, a sorrisos e a gelados. A ingleses e piadas. Portimão cheira a felicidade. A cabelo branco do sol, a sardas salientes, a mimo.
Portimão cheira a água salgada, amizades de Verão e frango com muito picante.
Cheira a passeios em família, a momentos tão nossos que de certeza perduram no coração de todos nós.
Cheira a Katedral, a vontade de ser mais crescida para poder ir com eles, mas adormecer no sofá, com o cansaço que os dias de praia provocam em crianças, perante promessas de "hoje vais connosco", antes que eles saíssem de casa.
Portimão cheira a tios, a banda desenhada e a comida sempre pronta.
Portimão cheira a Sr. Florindo, cheira a sonhos e a vaidade, a tranças no cabelo, a escorregas na praia, a felicidade.
Fui sempre feliz em Portimão. Com os meus. Com os nossos 15 dias de Agosto em que tudo era simples e fácil como adormecer com o som do mar após uma bola de berlim sem creme e um mergulho com medo do peixe aranha.
"Sem razões, nem raízes" porque Portimão escolheu-me para ser feliz ali, com laços invisíveis e eternos.
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